Há muito que andava para escrever sobre estes dois.
Muitas me perguntam como é ter dois filhos de idades tão próximas, basicamente dois bebés, e como foi a reação do "mais velho" (às vezes, até parece surreal quando me refiro a ele como irmão mais velho, visto que ainda é tão pequeno, ainda um bebé) à chegada da pequenina.
Confesso que a reação dele e a relação entre os dois (mais dele para com ela, claro) era um dos meus principais receios com o nascimento da princesa. Tinha medo que ele se ressentisse com as mudanças e que, eventualmente, sentisse que estava a ter menos atenção, menos carinho, menos colo. Claro que iríamos fazer tudo para que não sofresse com o peso da chegada de um outro bebé cá em casa, mas seria inevitável que ele não o sentisse.
Enquanto grávida sentia remorsos por achar que lhe estava a tirar a condição de filho único cedo demais. Pensei várias vezes se não tinha sido precipitada com a decisão de voltar a engravidar tão precocemente. Por um lado queria muito ter filhos de idades próximas (o facto de ter sido filha única sempre me fez sonhar em ter uma família grande e dar um irmão próximo ao reguila para que pudessem vivenciar a infância juntos), mas por outro lado sentia que lhe estava a "retirar" algo. Algo que sempre foi só dele. Tinha medo não conseguir dar colo aos dois, de não conseguir distribuir os mimos e os afetos de modo igual... Mas o amor de mãe é assim, não se divide, multiplica-se, um braço para abraçar cada filho e se mais houvessem, mais braços haveria.
E, surpreendentemente, tem corrido muito bem. Melhor do que aquilo que esperava. Esperava mais birras (digo mais, porque birras já é com ele há muito tempo :P), mais chamadas de atenção, tinha até receio que houvesse alguma rejeição da irmã. Mas não. Talvez, por ser ainda muito pequeno, quando a princesa nasceu estava quase com 23 meses, e ainda não ter bem a perceção do que estava a acontecer, não senti que houvessem ciúmes. Talvez, porque tentámos fazer as coisas de uma maneira muito gradual e ir incluindo-a na sua vida de um modo "suave". Li um pouco sobre o assunto, sobre algumas recomendações de especialistas sobre como incluir um novo elemento na família, mas, acima de tudo, segui o instinto de mãe. Tentámos manter a rotina dele, as idas ao infantário, fui inclusivamente buscá-lo ao infantário poucos dias após o parto, de modo a que não sentisse tanta mudança. Tentámos integrá-lo nas rotinas da "maninha" e, curiosamente, é algo que gosta muito de fazer e até quer ajudar (às vezes, demais!). No início, pouco ligava "àquele novo ser", mas cada vez mais se sente o carinho que tem por ela.
Derrete-me o coração vê-los juntos. Derrete-me o coração o sentido de proteção e de cuidado que ele já tem por ela, apesar de ser ainda tão pequenino...
Quando ela começa a chorar, ele vem a correr ter comigo, muito preocupado, a gritar "mamã, tem fo, tem fo (tem fome)" e não sossega enquanto a pequena não começa a comer. Quer ajudar a por a fralda, a por creme no corpo, e sente-se muito útil e todo orgulhoso quando está a fazê-lo. Quando estou a abanar o berço para a adormecer (tem umas rodinhas) e a fazer "xiuuuu" (white noise é do melhor!), ele vem ter comigo, agarra no berço e começa a fazer o mesmo, a abanar e a fazer "xiuuuu". Olha para mim com um ar super compenetrado, para saber se está a fazer bem e fica todo feliz quando lhe digo "muito bem, amor, obrigada, estás a ser muito lindo". E já o apanhei a por a chucha à pequena quando esta estava na espreguiçadeira e a chucha lhe tinha caído (e passo eu a vida a esterilizar chuchas, para irem lá aquelas mãozinhas...), e a bater palmas com o seu grande feito! :)
E em termos de carinho e afetos, aí foi a grande surpresa. Ora é festinhas nas mãos e nos pés, beijinhos na cabeça, sempre muito cuidadoso, muito devagarinho. Pedimos-lhe um beijinho ao papá ou ao avô, nada, se for à maninha, nem hesita, vai logo a correr dar-lhe! Quando acorda, quer ir logo ao nosso quarto, dizer "olá à maninha", dá um beijinho, e depois lá vai à sua "vidinha" ver os desenhos animados na sala. Antes de ir para o infantário, quando lhe digo para dar beijinho à mamã, às vezes, lá se lembra e vai a correr para o quarto e empoleira-se no berço porque quer dar beijinhos à maninha também. Um amor.
Por enquanto, só posso dizer que isto de ter sido irmão só lhe está a fazer bem, veremos daqui para a frente quando ela crescer e lhe começar a "roubar" os brinquedos... Aí a coisa já vai mudar um pouco, cheira-me!
Por enquanto, é isto...
Amor de irmãos...
Enche o coração de uma mãe (babadíssima com estes dois)!
Por aí, como foi a reação dos irmãos com a chegada do novo elemento da família?
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